sexta-feira, 29 de abril de 2011

Alto Clero, baixo Clero.




Reis, rainhas,
Mendigos e vadias.
Luxo, bonança.
Lixo e falta de esperança.
Tronos, castelos,
Cortiços e prostíbulos.
Governantas, empregados,
Vagabundos e drogados.


Gente bonita, bem informada,
Gente burra e alienada.
Um casamento bem sucedido,
E um povo mal resolvido.
Festa na Inglaterra,
E fome na minha terra.
Um grande evento internacional,
Futilidade surreal em cadeia mundial.


Que se foda a família real.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Suburbanização.



O silêncio do subúrbio ecoa nas manhãs cinzentas.
Entre a massa surge a luz sobre os trilhos da CPTM.
Suor e síndrome do stress coletivo salinizam o ar.
Solene é aquele que entre os sóbrios consegue pensar.

Santos cegos e surdos sobrevoam insensatos o concreto.
Em um ritmo insano e selvagem de sobrevivência.
Sobre nossos ombros está a cruz suja dos soberbos,
Somos sacrificados sorrateiramente sem perdão.

Só me resta aceitar e satirizar esta nada cívica situação.
Sou um dos únicos seres conscientes em meu vagão.



Reflexão sobre curvas.



O que é uma mulher gostosa para você?

Um monte de músculos e silicone como na tv?
Não que essas beldades sejam feias ou não despertem atenção,
Mas para mim, não fazem jus ao adjetivo em questão.

Não estão entre as mulheres que me fazem sentir vivo,
Não estão por trás das janelas dos ônibus que eu pego,
Não estão lavando suas calçadas descalças de shorts curtos,
Estão em cima dos seus saltos altos movidos a status.

Mulher gostosa para mim é aquela que mesmo vestida,
Consegue te deixar louco com apenas um olhar,
Que faz você respirar sexo e não querer mais parar.
É aquela que tem carne suculenta, pele macia,
Com ancas generosas feitas para se apertar.

Um corpo naturalmente modelado para amar.





Após a tempestade, calmaria.

Nuvem escura que apavora transeuntes,
Cujo manto negro cobre almas desalojadas,
Sua má intenção derrubará homens nobres,
Pelo complexo desejo de castigar.

Quem és tu que insiste em me perseguir?
Que escurece meus versos e não quer partir?
Repudia sentimentos sem saber a verdade.
E quando que me disperta da desgraça, já é tarde.

...

Acho que o tempo virou pra mim
E trouxe com chuva, um ar novo,
Que deixei passar com o verão.
Até o céu que outrora relampejava,
Deixou sua luz de lado para procriar.

Chegou a minha hora de sonhar.

A morte frente aos olhos.



Herança de sangue que cobre a nação,
Que tira-lhe a vida que corta-te a mão,
Na linha de frente estão seus irmãos,
De vendas nos olhos, e tripas no chão.
Trincheira de guerra, morada do cão,
Sua corja de monstros não tem redenção.
Redoma de arame, pedaços de pão.
Parados no tempo, de pé no caixão.
Um tiro nas costas perfura o pulmão.
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Façamos um minuto de oração.






De Prontidão.


Meus moleques saem cedo,
Lá pra casa do meu irmão.
Minha mulher é faxineira,
Numa firma de construção.
Eu sou segurança,
Meu conceito é prontidão.
Comigo não tem erro,
Sou escudo do patrão.
Acho que ganho pouco,
Pois não tenho muito estudo,
Minha família vale mais,
Do que míseros reais.
Tive essa oportunidade,
E mesmo com arma na mão,
Nunca pensei em ser ladrão.
Corro risco por profissão.