Contrariando o alto grau de analfabetismo,
No nordeste o cordel teve seu batismo.
Suas estórias nas feiras e praças,
Fazem a imaginação ganhar asas,
Sob a voz do cordelista,
De origem humilde, realista.
Mediador das classes populares,
Que com sua fé derruba pilares.
Com louvação e crítica,
Faz da poesia sua política,
Quando quem sofre resolve lutar,
E no seio da vida amamentar.
Do campo a cidade ganhou uma lição,
De bravura e valentia como os feitos de lampião.
São antropólogos e sociólogos,
Que nunca sequer entraram numa faculdade.
Através de repentes e monólogos,
Cantam nas ruas por necessidade,
As lembranças do seco sertão,
Onde um dia lhe faltou o pão,
E o vento lhe trouxe de lá,
Pra num poço de lama anda,
O povo aplaude Ceará.
O cordel assim se faz atemporal,
Do maculelê pra espantar o mal,
Do carnaval de Recife,
Das feiras de Maracaípe,
Pros versos de quem faz o rap.
Cordel do fogo encantado,
Suor e sangue na batida do sertão,
Maracatu sagrado,
Pandeiro, atabaque e violão.
Pensador que com a lua canta,
Que o fruto da vida planta,
E ilumina minha consciência.
domingo, 26 de julho de 2009
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