segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Bandido de fé





Verdade no verso do velho samba
De bamba tocado na palma da mão.

Malandro malaco que sobe a ladeira,
Deixando de lado o seu lado ladrão.

Tapioca tapeia larica, o lero digestão.
Desce a gelada gesticulando gratidão.

Lembra da lombra de horas atrás.
Da fita que gente honesta não faz,

Da letra que no bolso num ta mais,
Do corpo garfado no beco do cais.

Sua frio, frita num trago de tchais,
Vê seu rosto estampado em cartaz.

No umbanda, pede ajuda aos orixás.
Continua com fé, mas sem paz.


xxx





Sensações, tentações, alucinações,
Palavras indecentes que ecoam nos porões.

Sopros de prazer, loucas relações,
Fachadas atrativas onde humanos viram cães.

Poses de poder, sujas intenções,
Paraíso enlatado para plebes e patrões.

Casos programados, breves felações,
Que alimentam vícios e aliviam tensões.

Contenha suas ereções.


Anteníase



A cidade sofre de anteníse,
Antenas por todo lugar,
Cada uma com seu destino,
Tv, rádio e celular.
A linha das pipas e os raios,
São seus inimigos naturais,
Novas, tortas ou quebradas,
De longe são todas iguais.
Tomam o céu da cidade,
Em prédios de todos tamanhos,
Enxergam de perto aviões,
E muitos seres estranhos.
Transmitem informações,
Para diversos seres humanos.

É bom parar, olhar para o alto.
Sair um pouco do asfalto.
E descansar junto as antenas.

Invejar os animais com asas.