domingo, 5 de abril de 2009

Bota fé


A fé é parceira,
É mestre de cerimônia,
É ato de resistência,
É busca de referência,
É rito de união,
É mostra de redenção,
Encontro de divindades,
Alívio de necessidades,

Um toque de tambor,
No centro de candomblé.
O grito do pastor,
Na Praça da Sé.
A reza da mesquita,
O rito do Sunita.
A mesa branca espírita.

Todos somos santos.
E ainda em prantos,
Temos fé,
Nem que seja em nós mesmos.

Motoboy


Acordo cedo, pois minha vila,
Onde me escondo é muito longe,
Eu corto carros, sigo avenidas,
Ando nas pontes. Anjo do asfalto,
Vejo do alto o seu endereço,
Eu sei o meu preço e posso pagar
Ouço buzinas e xingamentos,
Ônibus lentos. Tento passar,
Medo e sorte, vida e morte.
Paro e penso, vale a pena?
Sou destemido, ás vezes herói,
Cachorro louco, eu sou Motoboy.